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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Fim de Pacto

(a um involuntário amor platônico)

“A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou...”
(Cazuza)


É o último que te dedico
(assim espero)
Dos poemas que minha alma escreve!
Demora, mas poeta também se revolta.

Dei-te a vida e ainda mais,
Minha voz, meu grito,
E, num surto de loucura,
Dei-te meu mais precioso bem: A Poesia

Logo ela que é meu alazão destemido,
Meu melhor e mais prazeroso vício!
Dei-te e nem percebi,
Tomo-te e talvez nem saibas que foi tua!

Não escolhi ser poeta,
Nem minha mãe acariciava o ventre
Me desejando tal destino. O mundo me deformou!
Me reformou! Me transformou!

E se não escolhi ser poeta,
Muito menos escolhi te amar assim.
Mas poeta não tem escolha,
Tem instinto e nada mais!

E assim, por ser poeta,
Amei-te platonicamente
Pois o inalcançável
Faz-nos ir mais longe.

Fui longe demais e me perdi
(ou me achei?)
E para me encontrar rompo esse pacto
De platonicamente amar-te!

É a alforria do poeta!
Quero agora amor consumado
E não amor que me consuma
Sem me dar felicidade!
01/09/2007